quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cobertura 2a Mostra Canavial de Cinema

2ª Mostra Canavial de Cinema: debates, filmes, participação do público e a construção contínua

Na segunda edição o evento reafirmou a importância de fortalecer o desenvolvimento do audiovisual

Por Nice Lima

                Várias ideias na cabeça e colocadas nas rodas de discussões, emoção daqueles que nunca viram cinema ou há muito não se encontravam com a sétima arte e muita, mas muita vontade de fazer e debater o audiovisual em Pernambuco. Esses foram alguns pontos que marcaram a segunda edição da Mostra Canavial de Cinema, evento que integra o Festival Canavial e, mais uma vez, teve incentivo do Funcultura e Governo de Pernambuco.

De 15 de novembro a 2 de dezembro, sete cidades da Zona da Mata Norte (Vicência, Aliança, Condado, Goiana, Tracunhaém, Carpina e Nazaré da Mata) receberam, em espaços públicos e de acesso gratuito, mostras de curta- metragens e nos dias  1 e 2 o Engenho Santa Fé, em Nazaré da Mata, serviu de cenário (e que belo cenário) para receber professores, estudantes, cineastas e demais pessoas envolvidas com a cena audiovisual ou ávidas por conhecer mais sobre a área. Entre estes estava Salatiel Cícero (22), estudante de Comunicação Social e um dos selecionados para o primeiro curso do Núcleo de Produção Engenho DigitalNPED. “Meu objetivo participando do curso é fazer com que o aprendizado possa ser reaplicado com a proposta de cinema comunitário, as pessoas fazendo vídeo com celular em escolas, praças, para as pessoas mostrarem a sua comunidade de uma maneira simples e sem custos”. A princípio, o NPED terá base no Engenho Poço Comprido, em Vicência, e realizará  um curso de 170 horas/aulas com foco na produção de documentários.  O NPED desenvolverá ações para a consolidação do APL em audiovisual na região, atuando na formação de olhar crítico, formação de público, discussões de políticas públicas, formação técnica e produção de conteúdo audiovisual. No último fim de semana, em Nazaré da Mata, Salatiel já pôde conhecer alguns dos futuros colegas de curso, já que os seminários contaram como primeira atividade pedagógica de formação.

A Mostra teve um público participativo não apenas nos debates do Seminário, mas também nas projeções divididas em 14 sessões nas 7 cidades. Gente como a senhora Maria do Carmo (68), moradora de Nazaré da Mata e que, até então, nunca havia assistido filme numa estrutura como a de um cinema. Enquanto trabalhava no seu fiteiro na Praça dos Lanceiros, em Nazaré, Dona Maria prestigiava as exibições dos curta-metragens. “Eu gostei muito, é muito bonito. De vez em quando eu olhava para ver, tinha umas coisas que eu entendia, outras eu nunca tinha visto não”. Relatou a vendedora enquanto assistia às projeções e atendia as pessoas.

E pelo jeito, pela importância do evento, Dona Maria tem tudo para ainda conferir outras sessões de cinema no interior, pois a vontade é de continuidade do projeto. Para o Coordenador-geral da Mostra, Caio Dornelas, a expectativa é de fortalecimento das atividades promovidas pela Mostra. “O evento trouxe mais oxigênio para os trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Produção Engenho Digital, fortalecendo as relações entre as pessoas da região que têm a atitude de desenvolver uma produção audiovisual sustentável com uma série de profissionais conceituados e que desejam colaborar com o sucesso dos empreendimentos em audiovisual. Juntamos mais forças, somamos mais criatividade e força de seguir com nossos objetivos”, relata. Há também a sugestão de estender as exibições para outras cidades da Mata Norte (Timbaúba e Itambé estão cotadas). Agora é esperar 2013 para mais uma expedição cinematográfica.


Fotos, pela ordem em que aparecem: Mostra em Vicência (Créd.Raphael Maltas Clasen); Salatiel Cícero (Créd.Nice Lima); Maria do Carmo (Créd.Nice Lima); Caio Dornelas (Créd. Juliana Brainer)

Facilitando contatos,divulgando ideias culturais.

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